Por maioria de votos, o STF encerrou o julgamento da liminar em Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4467 e adotou o entendimento de que os eleitores podem apresentar apenas o documento com foto no momento da votação. Ou seja, somente trará obstáculo ao exercício do voto caso deixe de ser exibido documento oficial de identidade com foto (carteira de identidade, trabalho ou motorista, passaporte).
A decisão foi tomada no julgamento da ação proposta pelo PT contra a obrigatoriedade de o eleitor apresentar dois documentos para votar nas eleições, sendo o título eleitoral e um documento de identidade, exigência criada em 2009, pela Lei 12.034, que alterou o artigo 91-A da Lei 9.504/97. O julgamento acabou agora há pouco, três dias antes das eleições.
Oito ministros votaram no sentido de dar ao artigo 91-A da lei o entendimento de que apenas a ausência do documento com foto poderia impedir o eleitor de votar. Ficaram vencidos os ministros Gilmar Mendes e Cezar Peluso.
Blog do Ricardo André
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
Local de votação
Para quem está em dúvida sobre o local de votação, clique na urna que está no canto superior.
Se não conseguirem acessar. Clique aqui
Se não conseguirem acessar. Clique aqui
STF SUSPENDE JULGAMENTO ACERCA DA OBRIGATORIEDADE DE DOIS DOCUMENTOS PARA VOTAR
O Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu o julgamento de ação sobre a obrigatoriedade de apresentação de dois documentos para votar no dia da eleição devido a um pedido de vista do ministro Gilmar Mendes. Ele disse que pretende levar o processo novamente ao plenário nesta quinta-feira (30).
A obrigação foi questionada pelo PT em Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI). A determinação de apresentar dois documentos na hora de votar foi fixada pela minirreforma eleitoral, aprovada pelo Congresso Nacional no ano passado.
A suspensão do julgamento aconteceu quando já havia maioria pela derrubada da exigência. O placar era de 7 a 0. Já haviam votado pela derruba da exigência os ministros Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa, Marco Aurélio e Ayres Britto, além da relatora do processo, Ellen Gracie.
Fonte: G1
Marina passa Dilma em total de seguidores no Twitter
A candidata do PV à sucessão presidencial, Marina Silva, ultrapassou na manhã de hoje a adversária do PT, Dilma Rousseff, em número de seguidores na rede de microblogs Twitter. A vantagem foi anunciada pela equipe de campanha da presidenciável à tarde, em evento realizado na região central de Guarulhos, na Grande São Paulo. No início da noite, Marina reunia 238.151 seguidores, enquanto 234.107 acompanhavam a petista. O candidato do PSDB, José Serra, está na dianteira dos presidenciáveis em número total de seguidores: 451.454.
Os números foram informados durante mais uma edição do 'twittaço', ato de campanha promovido pela equipe de Marina para incluí-la entre os assuntos mais comentados do Twitter. Até o início da noite, #marina43 e #ondaverde estavam entre os assuntos mais comentados. O evento foi promovido em uma lan house em Guarulhos, onde a candidata interagiu rapidamente com cerca de 2.500 internautas, deixando o local em seguida para gravar programa de campanha.
FONTE: http://estadao.br.msn.com/ultimas-noticias/artigo.aspx?cp-documentid=25738828
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
Como acompanhar o resultado das Eleições 2010 no Brasil e Rio de Janeiro
Domingo é dia de eleições e por melhor que o TSE faça pra que o site deles não caiam durante o resultado das eleições 2010, o número de acessos simultâneos vai fazer isso de qualquer jeito, em especial entre 19 e 20 horas.
Mas se você é do tipo curioso que, como eu, precisa saber a contagem minuto a minuto, o jeito é baixar logo hoje o Divulga 2010. O software, feito pelo próprio TSE, faz apuração das eleições em tempo quase real, bem quase mesmo, em 2008 ficava as vezes 10 minutos sem atualizar, o que é uma eternidade em tempo de apurações rápidas.
O legal deste programa é que você pode saber como está a votação em todos municípios, até na sua zona eleitoral. O que ajuda a matar o tempo enquanto esperamos pela próxima atualização. Uma dica, tente mudar as vezes o provedor, alguns atualizam mais rápido que os outros.
O programa pode ser baixado no site do TSE. Usuário do Windows podem baixar aqui, e de outros Sistemas operacionais aqui.
Se não conseguir entrar no site do TSE, vai que você está entrando bem no dia da eleição. Disponibilizei a versão Windows aqui e outros SOs aqui.
Fonte: Diário do Rio
Campos: 7 Zonas e 936 seções eleitorais
No total o município de Campos tem 334.559 eleitores distribuídos nas 7 zonas eleitorais listadas abaixo em ordem por números de eleitores. Pela lista é possível identificar a importância que tem a margem esquerda do Rio Paraíba do Sul, com Guarus, na eleição no município de Campos dos Goytacazes. A Baixada Campista apesar de ter a 3ª maior zona eleitoral do município, hoje, só representa a metade de Guarus e menos da metade da área urbana, excluindo Guarus. O norte do município possui cerca de 1/3 dos eleitores de Guarus:
1) 76ª Zona Eleitoral (155 Seções) - 56.998 eleitores - Guarus do Jardim Carioca ao Parque Prazeres;
2) 129ª Zona Eleitoral (155 Seções) - 55.657 eleitores – Guarus, Outeiro, L. Cima até Serrinha sul de Campos;
3) 75ª Zona Eleitoral (156 Seções) - 55.341 eleitores – Baixada Campista – Donana ao Farol;
4) 98ª Zona Eleitoral (143 Seções) - 51.988 eleitores – Área urbana da beira-valão em direção à São Fidélis;
5) 249ª Zona Eleitoral (116 Seções) - 44.199 eleitores - Do Turfe, Jockey, Penha, Pq. Aurora, IPS, etc.
6) 99ª Zona Eleitoral (111 Seções) - 36.937 eleitores – Do Centro para a Lapa e Turfe Clube;
7) 100ª Zona Eleitoral (100 Seções) - 33.439 eleitores – Do Aeroporto a Morro do Coco e Santo Eduardo no extremo Norte de Campos.
Fonte: Blog do Roberto Moraes
1) 76ª Zona Eleitoral (155 Seções) - 56.998 eleitores - Guarus do Jardim Carioca ao Parque Prazeres;
2) 129ª Zona Eleitoral (155 Seções) - 55.657 eleitores – Guarus, Outeiro, L. Cima até Serrinha sul de Campos;
3) 75ª Zona Eleitoral (156 Seções) - 55.341 eleitores – Baixada Campista – Donana ao Farol;
4) 98ª Zona Eleitoral (143 Seções) - 51.988 eleitores – Área urbana da beira-valão em direção à São Fidélis;
5) 249ª Zona Eleitoral (116 Seções) - 44.199 eleitores - Do Turfe, Jockey, Penha, Pq. Aurora, IPS, etc.
6) 99ª Zona Eleitoral (111 Seções) - 36.937 eleitores – Do Centro para a Lapa e Turfe Clube;
7) 100ª Zona Eleitoral (100 Seções) - 33.439 eleitores – Do Aeroporto a Morro do Coco e Santo Eduardo no extremo Norte de Campos.
Fonte: Blog do Roberto Moraes
Locais de votação
O TSE disponibilizou aqui uma ferramenta onde você descobre o local onde você votará. O recurso exige apenas que você digite seu nome, data de nascimento e nome da mãe.
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Pedro Simon: "Caso Erenice me levou a apoiar Marina"
Claudio Leal/Terra Magazine "Vejo a Marina como uma pessoa muito espiritualizada", diz Pedro Simon. O senador gaúcho decidiu apoiar a candidata do PV à presidência. "Precisamos ter um segundo turno" |
Claudio Leal
De Porto Alegre
De Porto Alegre
O senador Pedro Simon ainda se refere ao seu partido, o PMDB, com a mesma sigla dos anos de resistência à ditadura: MDB (Movimento Democrático Brasileiro). Ao 80 anos, essa opção vernacular também realça sua dissidência com o núcleo de peemedebistas que aderiu ao governo Lula, depois de protagonizar a era Fernando Henrique Cardoso no Congresso. Apesar das sereias da candidata Dilma Rousseff (PT), que o cortejou em discursos e telefonemas, Simon decidiu, na última semana, distanciar-se mais uma vez da cúpula e apoiar Marina Silva (PV) para a presidência da República.
Nesta entrevista especial a Terra Magazine, concedida em seu apartamento, em Porto Alegre (RS), o senador esclarece o voto em Marina e renova a militância do segundo turno. O escândalo do tráfico de influência na Casa Civil, envolvendo a ex-ministra Erenice Guerra, substituta de Dilma, motivou-o a abandonar a reservada simpatia com a candidata petista, a qual sempre destaca a importância do líder gaúcho na sua formação política.
- O que me levou, me deixou muito angustiado, foi o que aconteceu na Casa Civil... Eu imaginava que no tempo do primeiro chefe da Casa Civil, José Dirceu, era uma coisa e essas coisas tinham desaparecido. Mas não tinham desaparecido. Tinham que ser mais esclarecidas. E a Dilma é uma figura fora do comum na história do Brasil.
Sem deixar de destacar a biografia de Dilma, Simon explicita as suas razões para votar em Marina:
- Vejo a Marina, primeiro, como uma pessoa muito espiritualizada, com sentimentos muito profundos, de fé. Se ganhar, ela alega que não fez compromisso com nenhum partido, vai governar com o Brasil. Vai escolher lá no PT, no PSDB... Ela até cita alguns nomes do governo Lula, que são de primeira grandeza.
Em 24 de setembro, o dia em que a modelo Gisele Bündchen declarou apoio a Marina, o senador manifestou sua decisão à candidata do PV, em Porto Alegre. Cercado por jornalistas, na sala de sua casa, reiterou o desejo de que as eleições, a presidencial e a do Rio Grande do Sul, sejam decididas no segundo turno.
- A campanha no Brasil, com esses partidos de um minuto, dez partidos, é uma confusão... É impossível o eleitor ter uma análise fixa da questão. Eu acho que o segundo turno é o que nós temos de mais positivo na eleição do Brasil - analisa.
Simon critica "a soberba" de Lula, onipresente na sucessão. O senador se surpreendeu com a pesquisa que apontou o presidente como mais confiável do que Deus.
- Ele vai querer discutir com o Homem lá de cima. Os caras ficaram com medo de combater o Lula. O problema do Lula, hoje, com toda a sinceridade, o grande problema, é o pecado capital: a soberba.
Apesar de reconhecer as conquistas econômicas do petista, ele critica o presidente por não ter sido firme na punição do ex-subchefe da Casa Civil, Waldomiro Diniz, homem da confiança do ex-ministro José Dirceu, acusado de extorsão em 2004. Para Simon, aquele foi um momento que definiria o perfil ético do governo.
Desde 1990 no Senado, o peemedebista confessa estar "muito abatido" com o declínio da vida parlamentar e do nível do Congresso. Vincula o desânimo à passagem do tempo e à mediocridade das relações do Executivo com o Legislativo.
- Vim de uma época em que o meu grupo, que almoçava e jantava, era o Dr. Ulysses, o Dr. Tancredo, Covas, Montoro, Teotônio, Richa... Era esse grupo. Hoje eu almoço em casa e janto em casa. É muito raro. Eu vou conversar com quem?
Confira a íntegra da entrevista com Pedro Simon.
Terra Magazine - O que lhe motivou a apoiar a candidatura de Marina Silva à presidência, apesar de seu partido, o PMDB, integrar a chapa de Dilma Rousseff?
Pedro Simon - Acho que é muito importante nós termos segundo turno. A campanha no Brasil, com esses partidos de um minuto, dez partidos, é uma confusão. Campanha pra presidente, pra governador, pra senador, pra deputado federal, pra deputado estadual... É uma confusão. É impossível o eleitor ter uma análise fixa da questão. Eu acho que o segundo turno é o que nós temos de mais positivo na eleição do Brasil. Imita um pouco, inclusive, os Estados Unidos. Lá a eleição se define em quatro debates entre os dois candidatos, um a um, frente a frente. Segundo turno é isso. Termina o primeiro turno, dez dias de descanso pra baixar a bola.
E vinte dias de campanha intensa?
Durante esses vinte dias, as empresas de televisão fazem dois ou três debates, um a um. Aí vai se saber quem é quem. O que me levou (a apoiar Marina), me deixou muito angustiado, foi o que aconteceu na Casa Civil.
O caso Erenice Guerra?
É. O caso Erenice me surpreendeu. Toda a análise que eu fazia... Foi um fato novo, que me abalou. O esforço para haver um segundo turno é muito importante para o Brasil.
O caso Erenice alterou a imagem que o senhor tinha de Dilma?
No contexto geral. Eu imaginava que no tempo do primeiro chefe da Casa Civil, José Dirceu, era uma coisa e essas coisas tinham desaparecido. Mas não tinham desaparecido. Tinham que ser mais esclarecidas. E a Dilma é uma figura fora do comum na história do Brasil. Não apenas a sua biografia, a sua história, mas o que ela representa, no meio dessa radicalização do PT e dessas manifestações meio exageradas do Lula, com relação à participação dos partidos em funções que até então eram reservadas para os técnicos, tipo a Petrobras... Hoje são loteadas para partidos políticos. E o Serra, no tempo de Fernando (Henrique Cardoso), foi mais ou menos igual. A Marina se propõe a fazer um governo nacional, chamando os grandes nomes da sociedade brasileira.
Marina rompeu com o governo Lula, saiu do PT, distanciou-se após o choque de visão sobre o meio ambiente. Neste momento, como o senhor projeta a trajetória dela?
Vejo a Marina, primeiro, como uma pessoa muito espiritualizada, com sentimentos muito profundos, de fé. Se ganhar, ela alega que não fez compromisso com nenhum partido, vai governar com o Brasil. Vai escolher lá no PT, no PSDB... Ela até cita alguns nomes do governo Lula, que são de primeira grandeza. Então, eu acho que isso é importante para ter o segundo turno. E, por outro lado, aqui no Rio Grande do Sul. É um absurdo o Rio Grande do Sul não ter segundo turno. As coisas estão se configurando de maneira tal, os programas de televisão (do PT) tão bem-feitos, que de repente não tem segundo turno...
Incomoda ao senhor a influência do marketing na política? Artificializa os candidatos?
Olhe, o meu projeto de lei termina com isso. Eu tenho um projeto de lei que diz que os programas de televisão tinham que ser ao vivo. Não pode ser. O maior exemplo que nós temos disso é o Lula. O personagem principal da primeira vitória não foi o Lula, mas o Duda Mendonça. Se você olhar os jornais da época, vai ver que as manchetes maiores eram do Duda Mendonça. Ele dizia: "Agora eu vou fazer o Lulinha Paz e Amor".
Alterou a imagem física...
"Não, essa barba aí eu vou tirar...". O Lula tinha que perder tantos quilos. Chamou-se a figurinista e tal. Aquela figura das três primeiras eleições, que Lula perdeu, e usava roupa de sindicato pra gravar o programa, desapareceu. Ele (Duda) dizia até o que Lula ia falar.
Isso não se repetiu, este ano, com Dilma?
Acho que não. Nesse sentido, não, porque a Dilma está dizendo o que sempre disse. O que pode ter acontecido, e eu acho normal, é pintar o cabelo de outra cor... Ela estava de óculos e agora está de lente de contato. Estou falando que, como regra, no Brasil, esses programas de televisão decidem uma eleição e não tem nada que ver com o candidato. Nos Estados Unidos, quem decide a eleição são os quatro debates no final da campanha. Já mudou a eleição. Kennedy ganhou nos debates. O vice-presidente democrata estava com a vitória, e Bush ganhou. Mas a vitória dele era tão certa, tão tranquila, que a orientação que deram pra ele, foi: "Você já está eleito. Tem que ir pra esse programa pra não perder ponto". Guerra do Iraque. "Pois é, vamos ver...". Ele foi tão frouxo, que o pessoal dizia: "Prefiro o Bush". Porque o Bush respondia com objetividade.
Agora, o Obama ganhou na televisão. Mas lá é ao vivo. Eu defendo muito isso. No segundo turno, nesses dez minutos, quem tem que falar é o candidato. Porque tem dois candidatos: um fala e o outro responde. Se não se fala de determinado assunto, o outro vai cobrar. E o povo vai ficar sabendo: ele não respondeu. No Rio Grande do Sul, eu acho uma desgraça nós não termos um debate do (José) Fogaça com o Tarso (Genro), uma grande discussão. Não está havendo nada.
O debate foi pífio?
O Tarso está fazendo um programa triunfalista, onde quem aparece mais é o Lula e a Dilma. Eu acho que um segundo turno Fogaça e Tarso muda de questão.
Ocorre um fenômeno nacional, que é a exposição excessiva de Lula nas campanhas dos candidatos, mesmo os de oposição, pra tentar se vincular à popularidade do presidente da República. O próprio José Serra utilizou Lula no programa na TV. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso criticou a "mistificação" de Lula, que teria prejudicado a oposição. O senhor vê isso também?
Eu vejo. Vejo que o Serra insistiu muito, muito, em mostrar que ele era o pós-Lula e não o anti-Lula. E o PT fez questão de dizer que o sucedâneo do Lula é a Dilma, e o Serra é o anti-Lula. Realmente é discutível, porque o Lula está com 80% (de popularidade). Outro dia, eu estava numa reunião com os católicos parlamentares e disse: "Olha, nós vamos ter que conversar, porque na última pesquisa perguntaram: 'Você acredita em Deus?`. 58% disse que acreditavam e 48% que não. E o Lula? 80% acharam espetacular".
É Lula no céu e Deus na terra?
É. Eu disse: "Vamos lá, porque com essas pesquisas, depois das eleições, Lula vai começar a olhar lá pra cima". Ele vai querer discutir com o Homem lá de cima. Os caras ficaram com medo de combater o Lula. O problema do Lula, hoje, com toda a sinceridade, o grande problema, é o pecado capital: a soberba.
Ele tem extrapolado?
É a soberba. Ele está atingindo índices inauditos de coisas fantásticas. Por exemplo, foi um grande dia o lance da Petrobras (capitalização). Ele estava: "A maior empresa do mundo... quem diria que eu, dentro do capitalismo, fiz o maior negócio capitalista de toda história..." Essa soberba do Lula pode prejudicar. O sentido que eu quero é esse. Repare que tem 50% que não sabe em quem vai votar. Isto é que me leva a me dirigir a essas pessoas: se ainda não tem decisão, tente levar pro segundo turno.
Mas a divulgação contínua de pesquisas não cria um clima desfavorável ao segundo turno e prejudica o debate?
Você vai lá nos Estados Unidos e o voto nem é obrigatório. Em segundo lugar, a influência das pesquisas é muita relativa. Os setores que fazem pesquisa são completamente independentes. Você pega o jornal aqui, a universidade lá, não tem nada que ver. E aqui as pesquisas são assim. Tem uma história que diz que as pesquisas, quando vai se aproximando (a eleição), elas vão começando a se aproximar do que vai acontecer (risos). Mas quando chega no final...
Para o senhor, causa espanto Dilma vencer no primeiro turno, na estréia eleitoral dela? O senhor encara isso de uma forma negativa?
Não. Nesse aspecto, não. Ela tem todas as condições. Não estou fazendo essa análise a nível pessoal. Agora, pra ganhar no primeiro turno, vai ser uma maravilha... Ela vai ganhar numa eleição que só vai estar o emocional e a figura do Lula. Lula é Deus. Aqui em Porto Alegre estão fazendo um boneco com a figura do Lula em tamanho natural (risos) Você passa em frente e aperta a mão, pensando que é o próprio Lula...
Está virando uma idolatria?
É isso aí. Está nesse caminho. Está nesse caminho.
O que senhor indica como acertos de Lula no poder?
Fez muita coisa boa, não tem dúvida. A economia do Brasil está crescendo, hoje o País está rumo a uma posição econômica de primeira grandeza, um País respeitável, um nome de credibilidade internacional. Não tem o que discutir.
Teve a oportunidade de transmitir essas críticas a Lula?
Da tribuna. À parte a ética e à parte as coisas que o Fernando Henrique entregou, o Lula entregou mais ainda. Aquele PT que parecia uma coisa fantástica... Nos oito anos de oposição não houve partido no mundo que fez mais oposição do que o PT. A oposição do PT ia a tal ponto que, se dependesse do PT, Tancredo não era o presidente, o presidente era o Maluf. Se dependesse do PT, não havia Constituição, eles não votaram a Constituição. Não votaram o Plano Real. Mas chegou no governo e se acomodaram. Sou amigo do Lula. Ele me convidou, inclusive, a participar do governo dele. No primeiro mandato, eu votei no Lula, trabalhei por ele. Até o momento em que, exercendo uma posição simpática ao Lula no Senado, apareceu o caso Waldomiro (Diniz).
Fui lá no Palácio dizer pra ele: "Olha, Lula, aqui é hora de marcar seu governo. É caso pra demissão. Recebendo dinheiro, botando no bolso, dizendo as percentagens de quanto é, de quanto vale... Demite o cara e marque o governo". Não demitiu, manteve o cara. Eu queria pedir a CPI. Ele e o (José) Sarney não deixaram. Tive que entrar no Supremo e ganhamos no Supremo. Só que isso levou um ano. E nesse ano veio o mensalão, veio tudo... Se ele tivesse, naquela hora, punido o Waldomiro, dito "o meu governo é assim", não tinha o mensalão, não tinha nada. Mas liberou ali, liberou geral...
Como o senhor avalia a aproximação de Lula com oligarquias regionais, como Sarney, Collor? Isso fere a história do PT?
Creio que sim. Na verdade, o PT virou um partido pragmático, que se alia com quem for. Se aliou com Collor e Renan, em Alagoas, porque facilita a vida dele. Se uniu ao Jader (Barbalho) porque o Jader, no Pará, decide a eleição. Se aliou ao Sarney porque Sarney tem voto no Senado. Eminentemente pragmático. Em nome da "governabilidade", tudo vale.
O PT se assemelhou, nacionalmente, ao PMDB?
Não é que se assemelhou ao MDB. Porque o MDB nunca foi governo. Tancredo morreu, assumiu o Sarney. E Sarney nunca foi o governo do MDB. Sarney foi o Sarney.
Uma Arena camuflada?
O que aconteceu foi o seguinte: o Fernando Henrique quando assumiu, pegou o MDB pra governabilidade. E pegou um grupo xis do MDB. Em cima desse grupo xis, o PT fez horrores na oposição. Quando Lula assumiu, pegou o mesmo grupo. Os mesmos! Os que estavam com Fernando Henrique, estão com Lula.
Quando o senhor situa o declínio do projeto nacional do PMDB? Foi na derrota de Ulysses Guimarães, em 1989? Aquela derrota foi determinante?
Aquela coisa do Ulysses foi negativa. Ulysses foi um gênio político, o grande herói da democracia brasileira, sempre teve prestígio mil. Só teve um momento na vida dele que as coisas deram errado. Foi quando Sarney se elegeu e aí ele rachou a oposição. Porque o MDB estava no governo do Sarney e o Ulysses fazia oposição ao Sarney. No meio disso, teve a coisa triste da doença dele. Teve aqueles sofrimentos. E a imprensa e a oposição bateram muito nele... Então, o prestígio dele, que sempre foi mil, ali estava muito em baixa. E ele não teve a grandeza de ver.
O senhor se posicionou contra a candidatura de Ulysses?
Eu votei nele. Na eleição. Mas lá na convenção eu briguei pra que ele não fosse candidato, dizendo como amigo dele.
E houve aquela reunião com a presença de dona Mora (mulher de Ulysses)...
Ali nós fomos dizer pra fazer um candidato, pra ele indicar um nome. E ele ficou firme, voltamos lá pra reunião de todos os governadores e me disseram: "Então vai tu, Simon". Falei: "Vocês estão dizendo hoje pra eu ser candidato! Por que vocês não falaram ontem? Vocês me indicaram pra ir falar em nome de todo mundo, porque vocês disseram que Ulysses não tinha que ser candidato. E agora eu sou candidato?". Ele foi o candidato. A partir dali, com a derrota dele, nós íamos continuar, iríamos embora. Mas tiraram Ulysses da presidência (do PMDB), o Quércia assumiu a presidência e nunca mais fomos os mesmos.
Antes da convenção, ocorreu também o desentendimento de Ulysses com Waldir Pires.
Mas o Waldir terminou sendo vice dele. Waldir também achava que (Ulysses) não devia ser. O candidato ali pra nós era o Álvaro Dias. Engraçado que o candidato da Globo... Eu era o governador do Rio Grande do Sul e o Roberto Marinho me chamou lá, pra ele explicar por que achava que o Dr. Ulysses não podia ser candidato. Porque tinha o estigma da morte de Tancredo. Tancredo morreu com aquela idade. Então, velho não podia ser, porque o povo não aceitava. E aquela história do Ulysses estar em guerra com o Sarney... Naquela época, o candidato do Dr. Roberto era o Quércia. Governador, baita governador, e naquela época ainda não se falava nada dele.
Era um fenômeno eleitoral.
Ninguém falava daquele negócio de corrupção, veio tudo depois. Ali ele era o candidato. Ganhava. O outro era o Álvaro Dias. Até o Álvaro falava: tinha que ser um candidato novo, bonito... Ele até achava que era um candidato mais bonito que o Collor. E ele dizia que o Estado dele, pelo menos, era mais importante do que Alagoas. Mas aí perdeu. Quércia queria que eu fosse vice dele e eu disse pro Quércia: "Teu candidato deve ser o Ulysses (na presidência do PMDB)". Dos males de Dr. Ulysses... Era um homem excepcional, de qualidade, mas ele tinha um defeito doloroso: achava que ele tinha que ser o candidato a presidente. Não aceitava o Teotônio (Vilela), não aceitava o (Miguel) Arraes, não aceitava o Tancredo. O candidato era ele. E tudo que não era a candidatura dele, ele boicotava.
Aí eu disse pro Quércia: "Agora que ele não é mais candidato, pode ser um bom presidente e até articular sua candidatura". Quércia assumiu a presidência do PMDB e a imprensa batia muito... Na época da ditadura, Dr. Ulysses batia, batia, batia, mas não tinha nada pra dizer do velho Ulysses. Aí pegaram as coisas do Quércia, do governo, não sei do quê, e foi a desgraça. O MDB nunca mais deu volta.
Num provável governo Dilma, o PMDB criará dificuldades?
Dificuldade pra quê?
Pra Dilma, já que ela não tem a liderança política de Lula. Como o senhor imagina essa relação de seu partido com o governo?
Isso vai ser igual, não vai ser diferente. O MDB brigando pra ter mais cargos. E o PT que, cá entre nós - claro que é o partido da Dilma, mas é tão fisiológico quanto o PMDB-, também querendo cargos. O PCdoB... E a Dilma vai ter que ter competência pra escolher. Eu me lembro da época da Dilma, no ministério das Minas e Energia. Ela sustentou uma luta dura e fratricida com o Sarney, o grupo do PMDB e o PT, que queriam o comando dos cargos da Petrobras, essa coisa toda. E a Dilma brigando pra que ficassem os técnicos.
Quando ela foi ministra, não tem nenhuma dúvida, os cargos só foram dos técnicos. Mas quando ela largou o ministério, ela começou perdendo o substituto dela. Antes do Lobão, teve o Silas Rondeau, que foi indicado por Sarney, mas caiu fora. E mesmo assim Sarney indicou o (Edison) Lobão. O presidente do Banco do Brasil é do PT, o vice é do PMDB... Na diretoria da Petrobras, um é do PCdoB, outro é o MDB, não sei o quê... Os fundos de pensão estão todos aí. E isso com o Lula na presidência. Isso foi feito à revelia da Dilma.
O projeto do PT é formar uma hegemonia governista no Senado, pra ter o controle. E isso toca, especialmente, o senhor, que é um senador. Lula disse que apanhou mais do que Jesus Cristo no Senado, nos dois mandatos. O senhor avalia desse jeito?
Gostaria que ele dissesse... A única vez que ele perdeu no Senado foi no imposto sobre cheque para a Saúde (CPMF). Eu até liderei a favor dele. O problema é que ele levou muito tempo para discutir. Na hora que ele mandou uma carta, falei pra ele: "Vamos fazer uma carta pra não votar hoje e vamos sentar na mesa pra encontrar uma forma". Chegou na última hora, uma coisa muito engraçada... Foi a eleição para a escolha do presidente (do Senado). Eu era o candidato, tinha um abaixo-assinado da oposição, toda a oposição me indicando. Mas eu não aceitei, dentro do PMDB saiu o Sarney. E o Lula fez uma manifestação muito favorável ao Sarney pra presidente, dizendo que eu não era confiável. Aí eu fui pra tribuna. "Não sou candidato a presidente, não quero, não vou ser. Agora, o presidente da República dizer que o homem é o Sarney e que eu não sou confiável, quero saber o porquê. Lula esteve na minha casa, me convidou para ser ministro dele, eu não aceitei. Eu ia ser líder da bancada, eu ia até ser, até que aconteceu o episódio do Waldomiro e eu me afastei. Agora, por que eu não tenho a confiança?".
Mas ele se aproximou dessa gente. E, mesmo assim, no dia seguinte eu fui pra tribuna. Até recebi muita carta contra mim. Porque num dia eu vou lá esculhambar o Lula, porque ele disse que não tinha confiança em mim. E no dia seguinte eu vou lá pedir pra votar o imposto sobre cheque (risos), a CPMF. Eu tive que explicar ao povo. Fiz um terceiro discurso. O primeiro, por que Lula não confiava em mim. Fiz o segundo pra votar na CPMF, citei uma carta que o Lula mandou pra mim, a meu pedido mandou pra nós, pedindo mais uma semana de prazo, pra gente sentar na mesa. Ele se comprometia a usar o dinheiro definitivamente pra Saúde. Estava resolvido o problema. Aí nós perdemos.
Para usar um termo da moda, um senador "ficha limpa" não é confiável para os seus pares e para o governo? Lula disse que o senhor não era confiável, mas, ao mesmo tempo, sua imagem pública está vinculada a uma conduta ética.
Não sei. A minha reação, quando ele não demitiu o Waldomiro, e quando o Sarney arquivou a CPI e eu entrei no Supremo e ganhei... Isso ele não perdoou. Se ele analisar com calma, é a minha posição de sempre. Não mudei. Absolutamente não mudei. Se ele olhar no fundo, ali foi o grande momento do governo dele, que esteve a pique. Teve um momento que o PFL reuniu-se para pedir o impeachment do Lula. No mensalão, ele estava lá embaixo. Os caras do PFL me convidaram, porque no do Collor eu fui quem coordenou, dirigiu, comandou... Eles falando... Perguntaram o que eu achava. "Olha, eu sou um rábula, não sou jurista. Estou aqui pela iminência. Mas o senhores me desculpem. Os senhores me desculpem, mas pra pedir o impeachment não precisa de nenhum dos senhores. Eu vou ali na máquina, bato à máquina e peço o impeachment. É um processo político". Ali chegamos à conclusão de que, ao pedir o impeachment, o Lula viraria herói. Porque podia sair ou não sair. Se não fizessem, ele estava tão desgastado, que ele se apagava.
Lula tem razão em dizer que houve uma tentativa de golpe naquele episódio?
Não. Porque tinha motivo pra coisa. Mas não tinha motivo pra impeachment. Eu também achava que as coisas que estavam acontecendo eram pra ser punidas. Até eu dizia: os motivos da cassação do Collor foram infinitamente menores do que as coisas que aconteceram no mensalão do Lula. O Collor era o carro Elba que tinha comprado com o dinheiro do PC Farias, era a reforma na Casa da Dinda, que o PC Farias pagava com o cheque dele e eram os gastos da primeira-dama, que também eram pagos pelo secretário do PC Farias. Isso é miudeza perto das coisas que aconteceram no mensalão. Cassaram o primeiro presidente eleito no voto popular, Collor. Aí é eleito um líder trabalhador, vamos cassar de novo? Não era uma coisa boa.
Senador, um dos temas mais debatidos nesta eleição é o papel da imprensa na cobertura eleitoral. O PT, Lula e Dilma entraram em choque com jornais e revistas. Houve um ataque direto do presidente, num comício em Campinas. Como o senhor analisa o papel da imprensa na política?
Bom, pra Lula ser considerado Deus, com 80%, não é a televisão do Lula, que tem um traço de audiência... É a cobertura que a imprensa está dando. É o Jornal Nacional, é a imprensa que tem publicado as coisas que ele tem feito. Agora, a imprensa também tem publicado o outro lado. E ele parece que não gosta da crítica, só gosta do lado positivo. Não vejo nada de uma crise institucional, nem vejo ninguém, nem jornal, nem Estadão, nem Veja, nem partido político, tentando qualquer coisa institucional. Não tem perigo de coisa nenhuma. Então, eu acho que o presidente falar isso... Por isso, quando acontece, a oposição começa a bater na porta dos quartéis... Não vejo.
A mídia deveria declarar qual é seu candidato no período eleitoral, isso seria mais correto?
Nunca pensei nisso. O argumento do Lula é que, nos Estados Unidos, o jornal Tal defende a candidatura Tal. No fundo, no fundo, (o jornal) O Globo é simpático ao partido que está no governo (ri). Agora, querer que O Globo apoie um cara que tá na oposição? E se o cara da oposição perde, ele vai ficar apoiando? Eu acho que é exigir demais! (risos) E a Folha meio que bate em todo mundo. Não vejo, sinceramente.
Recentemente, o senhor se disse desanimado com a vida pública, com o nível do Congresso. Mantém esse desânimo?
Estou muito abatido. Porque, se tu notares, as grandes figuras foram saindo, como (Paulo) Brossard. Foram morrendo: Ulysses, Tancredo, Arraes, Montoro, Covas, Josaphat Marinho... Se tu olhares... Não vou nem falar. Se olhar quem entrou no lugar, quais são os homens hoje? Todos esses nomes que eu estou te falando... O Senado era isso. Não quero citar nomes, mas quem é o senador?
O senhor olha pra um lado, olha pro outro... Ainda tem com quem conversar?
Eu... Vim de uma época em que o meu grupo, que almoçava e jantava, era o Dr. Ulysses, o Dr. Tancredo, Covas, Montoro, Teotônio, Richa... Era esse grupo. Hoje eu almoço em casa e janto em casa. É muito raro. Eu vou conversar com quem?
O que houve? São Paulo pode eleger o palhaço Tiririca como o candidato mais votado. Houve uma despolitização da política, pra rebaixar tanto o Congresso?
Uma geração morreu. Outra, como a do Brossard, passou o tempo. E não veio uma geração pra substituir. E por que não veio? Isso foi um mal do Fernando Henrique. O Fernando Henrique não se preocupou em abrir portas pra essas figuras. O governo Fernando Henrique foi a coisa mais fantástica! O mesmo grupo do PMDB que governou com ele, governou com Lula.
Michel Temer, vice de Dilma, presidiu também a Câmara.
O mesmo grupo passou os anos fechadinho com Fernando Henrique, apoiou o Serra (em 2002), apoiou o (Geraldo) Alckmin (em 2006), e esse mesmo grupo fechou com o Lula. Isso aí. Está lá. E governaram do mesmo jeito. Uma vez eu tive uma conversa com D. Evaristo (Cardeal Arns) e eu disse: "O senhor é responsabilizado por ser o grande formulador da direção do PT. O senhor fez um movimento fantástico, da chamada comunidade de base, que aqui em São Paulo foi uma coisa sensacional, o movimento da Igreja se voltar para os pobres, para os humildes... Sensacional. E depois levou o PT pra dentro dessas comunidades. Foi onde nasceu o PT. E o senhor ensinou realmente as equipes do PT, foi espetacular. Mas o senhor não ensinou ao PT o que fazer quando chegasse no governo. O senhor só ensinou a oposição. No governo, é igual. O cara que ganhava pra fazer propaganda de rua, ganhava dez pilas por dia pra comer o lanche, pegou cinco mil, oito mil, e se acomodou. O senhor não ensinou a ser governo". E ele me respondeu: "É verdade. Mas aquele pessoal que estava ali, naquelas reuniões, era tão pura, tão digna, tão patriótica, que se eu tivesse que ordenar padre, eu ordenava todo mundo padre".
Estamos a poucos dias do dia 3 de outubro. Qual é agenda do senhor pra mobilizar e ajudar Marina a forçar um segundo turno, antes das eleições?
Marina e Fogaça! (risos)
Sim, e Fogaça...
O que eu pretendo fazer é insistir na importância do segundo turno. Pedir, principalmente, aos 50% que ainda não decidiram pra reparar: eles vão votar agora em cima de um processo eleitoral anárquico, onde o Lula participou mais do que não-sei-quem, com dez candidatos... Se tiver segundo turno, nós vamos ter dez dias pra esfriar a cabeça. E mais vinte dias. O eleitor não vai assistir em casa dez candidatos a presidente, trinta candidatos a senador, dois mil candidatos a deputado... Só vai assistir a duas pessoas: o candidato A e o candidato B. Aí ele vai ter vinte dias pra analisar, pra refletir e fazer a escolha.
Datafolha: Dilma cai para 46% e Serra mantém 28%
RIO - A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, tem 46% das intenções de voto, segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta terça-feira pela jornal "Folha de S. Paulo". A petista caiu três pontos em relação à pesquisa anterior, em que somava 49%. O tucano José Serra manteve os 28% e Marina Silva (PV) subiu um ponto e tem agora 14%.
Segundo a pesquisa, a soma dos outros candidatos não chega a 1%. Os votos brancos e nulos são 3%. O índice de eleitores indecisos é de 7%.
Nos últimos cinco dias, Dilma perdeu três pontos percentuais entre os votos válidos. A petista caiu de 54% para 51%. Como a margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, Dilma pode ter 49% dos votos válidos, o que a levaria a um segundo turno, ou 53%.
Considerando-se apenas os votos válidos, o candidato do PSDB subiu de 31% para 32%. Marina também oscilou positivamente, passando de 14% para 16%.
Se considerar os votos válidos, a diferença entre Dilma e os outros candidatos caiu de 14 pontos para dois pontos.
Na simulação de segundo turno entre Dilma e Serra, a petista venceria com 52% e Serra chegaria a 39% da preferência do eleitorado.
A candidatura de Dilma sofreu queda em todos os estratos da população, nos cortes por sexo, região, renda, escolaridade e idade.
Uma das maiores baixas, de 5%, se deu entre os eleitores que ganham de 2 a 5 salários mínimos, que são 33% da população brasileira.
Dilma vem perdendo votos desde a segunda semana de setembro, quando o escândalo envolvendo tráfico de influência na Casa Civil levou ao pedido de demissão de sua ex-assessora Erenice Guerra.
A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número 32913/2010.
Fonte: O Globo
Hoje tem debate na Globo
Não percam o debate entre os candidatos ao governo do estado do Rio de Janeiro, hoje a noite, na rede Globo, com as presenças de Sérgio Cabral, Fernando Gabeira e Fernando Peregrino.
Se você comparar você vai mudar, assistam!!!
Se você comparar você vai mudar, assistam!!!
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Meus candidatos
Nessa última semana de campanha, os candidatos se preparam para o embate nas urnas no domingo dia 03. Eu, Marcos Gandra, apoio e indico os candidatos:
Deputado Estadual: Clarissa Garotinho 22345
Deputado Federal: Garotinho 2258
Senador 1: Waguinho 707
Senador 2: Crivella 100
Governador: Peregrino 22
Presidente: Marina 43
Dia 03/10 chegando, pense bem, precisamos do 2º turno tanto para o estado quanto para a república, MARINA 43/PEREGRINO 22 no 2º turno
domingo, 26 de setembro de 2010
Um pensamento sobre a eleição pro senado pelo Rio
Eu sinceramente duvido que Jorge Picianni vote em Lindberg e vice-versa, é como dar um tiro no pé. Acho que todos os dois vão dar seu segundo voto pra quem está nas últimas colocações das pesquisas ou até mesmo vão anular seu voto. Essa é a minha opinião, pois não teria lógica dar mais um voto para alguém que está diretamente na disputa e que poderá estar a sua frente.
sábado, 25 de setembro de 2010
A Marina do dedo verde
A Marina do dedo verde
Quando ela fala, veias caudalosas se projetam no pescoço. Marina Silva tem uma voz arranhada, que parece emergir com esforço de sua figura esguia. Com essa voz não treinada, que vem de dentro, Marina foi a candidata, nesta campanha de cartas marcadas, que soube projetar melhor, com inteligência e ironia fina, suas palavras. Talvez porque fossem palavras dela e de mais ninguém. Não mais do mesmo, não o vale-tudo de quem dá mais salário mínimo, 13o de Bolsa Família, ou empregos para a parentalha.
O título deste artigo é uma alusão a O menino do dedo verde, livro infantojuvenil escrito pelo francês Maurice Druon, em 1957, e adaptado para desenho animado. O protagonista, Tistou, tinha um dom: onde colocava o dedo, nasciam flores. O menino conhece a miséria, a prisão e os hospitais. Decide alegrar esses ambientes. E, ao colocar o dedo no presídio, nascem tantas flores que as portas da prisão não fecham mais. Mas os presos não fogem porque o mundo havia mudado para melhor.
Trata-se de uma fábula. Mas, como a realidade desta campanha eleitoral anda difícil de engolir, fantasias são bem-vindas. Na reta final, uma marola verde se torna onda e atrai desiludidos. Marina, que já se apresentou como a “outra Silva” e a “primeira candidata negra à Presidência”, abandonou os slogans que empobreciam seu discurso para colocar o dedo verde nas feridas do país.
Não por acaso a candidata do PV foi quem mais se beneficiou dessa língua malcheirosa que escorre da Casa Civil de Lula. Após as denúncias de corrupção e tráfico de influência do braço direito de Dilma Rousseff, as pesquisas mostram uns pontinhos a mais para Marina. Era previsto. Essa acriana evangélica, com quatro filhos e coque austero, é a única novidade. Suas reflexões sobre o Brasil e os adversários têm um carimbo de franqueza, sem arrogância. Concordando ou não com ela, somos compelidos a escutá-la.
Suas frases de muito efeito ecoaram em cabeças pensantes e na juventude. Seguem-se algumas delas: “Lula e Dilma infantilizam o eleitor brasileiro com essa história de pai e mãe”. “É possível perder ganhando e ganhar perdendo.” “Serra e Dilma são inteiramente parecidos porque defendem um modelo de desenvolvimento do século XX.” “O Brasil não precisa de um gerentão” (referindo-se a Dilma). “Meus adversários criam duas novelas: numa, o Brasil é todo azul, na outra é cor-de- rosa.” Marina se diz contra “o ‘promessômetro’ para ganhar simpatia”. Quer acabar com o “voto por gratidão” e criar o “voto cidadão”. Difícil, inviável, dirão, mas há um componente de sedução em sua fala.
Na semana passada, depois que Lula proclamou, em mais um comício – “Nós somos a opinião pública” –, a menina do dedo verde reagiu: “Eu acredito na liberdade de imprensa. Acho que o presidente fez uma crítica à imprensa que é contraditória com toda a sua trajetória dentro do PT”.
Dilma perdeu a fachada de paz e amor e reagiu com fúria às denúncias na imprensa. “Ela teve uma recaída. Parecia até ela mesma”, teria dito um aliado da petista, segundo a Folha de S.Paulo. A outra má impressão da semana foi a entrevista de José Serra ao Bom dia Brasil, na TV Globo. Não deixou que os jornalistas perguntassem quase nada. Impedia apartes, num tom professoral e prepotente que afasta até seus eleitores. A uma repórter do humorístico CQC, da Bandeirantes, Serra perguntou se ela tinha namorado. Não é a primeira vez que perde a noção.
Sem plásticas ou cabeleireiros, Marina cresceu de estatura ao longo da campanha. Seu discurso a princípio ambientalista ampliou-se e ganhou consistência no campo dos valores e da ética. Mesmo que a enorme maioria dos brasileiros não vote nela, sabe-se o que sua candidatura representa: uma terceira via, de olho no desenvolvimento sustentável do século XXI, que não comporta esmolas para uma massa tutelada e semianalfabeta. Quando deixou o governo Lula, após quedas de braço com Dilma, Marina afirmou: “Perco o pescoço, mas não perco o juízo”. E não perdeu mesmo.
Ruth de Aquino é diretora da sucursal de ÉPOCA no Rio de Janeiro
http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2010/09/25/a-marina-do-dedo-verde-327536.asp
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
Por que homem acha mulher interesseira
Não sou a pessoa mais feminista do mundo. Prefiro caras mais altos, adoro ganhar flores e me dou ao luxo de, de vez em quando, deixarem que me paguem o jantar. Como podem ver, não sou a pessoa mais feminista do mundo.
Mas se tem algo que me deixa indignada, como mulher, é esse papinho de que toda mulher é interesseira. Do mesmo modo que nenhum homem deve gostar muito dessa lenda de que "todo homem é cafajeste", tenho todo direito de achar um absurdo falarem isso das mulheres, assim, como uma verdade incontestável.
Pois vou aproveitar pra contestar.
As integrantes do time feminino com certeza sabem muito bem que o que mais nos encanta em um homem são as demonstrações de carinho, o sentimento de proteção e, principalmente, as GENTILEZAS. Quem não quer a vida e o relacionamento cheio de atos gentis, não é mesmo? ISSO sim é ser riquíssima.
Agora vejam o lado do pobre homem, coitado; incapaz de perceber indiretas, tendo que lidar com idas e vindas de sentimentos e todas as maluquices as quais uma TPM nos faz passar. Para a maioria dos homens é difícil demonstrar essas gentilezas através de pequenos atos. Daí entra a grana. Vamos concordar que com grana fica bem mais fácil acertar numa gentileza, fica muito mais fácil agradar sem ter medo de dar bola fora.
Deu pra entender o raciocínio? Não é que carro seja essencial, mas é verdade que ajuda bastante pra sair, pra levar a moça aos cantos mais legais. Não é que dinheiro seja importante, mas por mais que os anos passem, pagar a conta de vez em quando ainda é um gesto apreciado. Não é que presentes de alto valor importem, mas se o cara não tem feeling suficiente pra agradar com uma besteirinha, fica muito mais fácil arranjar algo legal se você tiver mais dinheiro pra gastar, mas não for lá muito criativo.
Que fique claro: o interesse das mulheres é no carinho. Estamos atrás é das gentilezas. Se um homem souber demonstrar isso usando uma nota de 10 ou uma nota de 100, tanto-faz.
Claro que existem mulheres que gostam realmente de serem sustentadas 100% e não estão nem aí pro cara. Do mesmo jeito que existem homens cafajeste, interessados apenas nas gostosuras femininas e nada mais. Nenhuma dessas afirmações é regra.
A única regra é: Gentileza vale ouro.
Roriz desiste de disputar o governo do DF
Roriz desiste de disputar o governo do DF
O ex-senador Joaquim Roriz (PSC) anunciou agora há pouco que não vai mais disputar o governo do Distrito Federal.
Do G1
O ex-governador Joaquim Roriz (PSC) anunciou na tarde desta sexta (24) que desistiu da candidatura ao governo do Distrito Federal e que será substituído pela mulher, Weslian Roriz (PSC). O candidato a vice na chapa continuará sendo Jofran Frejat (PR), o mesmo de Joaquim Roriz.
Em seu site oficial, Roriz publicou um texto intitulado "Manifesto de Roriz ao povo de Brasília", pelo qual fez o anúncio.
“Não posso mais ser candidato. Mas a eleição correrá em meu nome e o povo de Brasília me honrará, elegendo Governadora minha amada esposa, companheira de meio século, Dona Weslian Roriz, competente, honrada, humana e digna. Estarei com ela a cada minuto, da mesma forma que ela sempre esteve comigo, e foi a grande responsável pela alta dose de humanismo dos quatro períodos de governo que chefiei”, diz o texto.
Mais aqui.
Do G1
O ex-governador Joaquim Roriz (PSC) anunciou na tarde desta sexta (24) que desistiu da candidatura ao governo do Distrito Federal e que será substituído pela mulher, Weslian Roriz (PSC). O candidato a vice na chapa continuará sendo Jofran Frejat (PR), o mesmo de Joaquim Roriz.
Em seu site oficial, Roriz publicou um texto intitulado "Manifesto de Roriz ao povo de Brasília", pelo qual fez o anúncio.
“Não posso mais ser candidato. Mas a eleição correrá em meu nome e o povo de Brasília me honrará, elegendo Governadora minha amada esposa, companheira de meio século, Dona Weslian Roriz, competente, honrada, humana e digna. Estarei com ela a cada minuto, da mesma forma que ela sempre esteve comigo, e foi a grande responsável pela alta dose de humanismo dos quatro períodos de governo que chefiei”, diz o texto.
Mais aqui.
As maiores votações para deputado federal
Atendendo a mais um pedido dos leitores estão aí os cinco mais votados para deputado federal no Rio de Janeiro, nas últimas 3 eleições.
A título de curiosidade abaixo, as cinco maiores votações para deputado federal, em todo o país, até hoje. Podem reparar que com exceção de Ciro Gomes, no Ceará, as outras quatro maiores votações foram em S.Paulo, o que é natural por ter o maior eleitorado. Para quem não sabe, o Estado do Rio tem 11,5 milhões de eleitores e São Paulo 30,3 milhões, quase três vezes mais.
Pra efeito de comparação, a maior votação até hoje, na história, a de Eneas, com 1,5 milhão de votos, proporcionalmente corresponde a ter no Rio pouco mais de 500 mil votos.
Blog do Garotinho |
Crivella lidera pesquisas seguido por Lindberg para o Senado
Crivella lidera pesquisas seguido por Lindberg para o Senado
O senador Marcelo Crivella (PRB) e o ex-prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias (PT) ampliaram a vantagem sobre o ex-prefeito do Rio, Cesar Maia (DEM), na disputa pelas duas do Estado no Senado. Crivella e Lindberg variaram dois pontos percentuais para cima em uma semana. Cesar Maia variou um ponto para baixo. Para se eleger, o ex-prefeito do Rio precisa agora tirar uma vantagem de 14 pontos percentuais sobre Lindberg, o segundo colocado.
De acordo com o Datafolha, Crivella, com 42%, e Lindberg, com 40%, seriam eleitos para o Senado no Rio. Cesar Maia, que até o início do mês ficava com a segunda vaga, tem agora 26%. Jorge Picciani (PMDB) tem 20%.
O ex-pagodeiro Waguinho (PT do B) tem 9%, seguido por Marcelo Cerqueira (PPS), com 6%, e Milton Temer (PSOL), com 5%. Carlos Dias (PT do B) tem 2%, Wladimir Mutt (PCB) e Claiton (PSTU) têm 1% cada e Heitor (PSTU) não atinge 1%.
O Datafolha entrevistou 1.297 pessoas em 31 cidades do Rio na terça e quarta-feira desta semana. A pesquisa foi registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com o número 31.368/2010.
Fonte: Folha Online
Cabral fez a última tentativa de salvar a pele de Picciani. Mas pela pesquisa divulgada pelo Datafolha, nesta quinta-feira (23/09), os números estão aí embaixo, Picciani caiu 2 pontos percentuais em relação à pesquisa anterior do mesmo instituto.
Além disso, o crescimento de 2 pontos percentuais de Crivella e também de Waguinho confirma a tendência que já vinha aparecendo. Os eleitores de Crivella estão tendendo a dar o segundo voto a Waguinho e vice-versa.
Além disso, o crescimento de 2 pontos percentuais de Crivella e também de Waguinho confirma a tendência que já vinha aparecendo. Os eleitores de Crivella estão tendendo a dar o segundo voto a Waguinho e vice-versa.
MARINA GANHA MAIS DE UM MILHÃO DE VOTOS NO RIO EM DOIS MESES E EMPATA COM SERRA
A candidata do PV à Presidência, Marina Silva, ganhou mais de 1 milhão de votos no Estado do Rio de Janeiro em dois meses e empatou com José Serra (PSDB) entre os eleitores fluminenses.
O Rio caminha para, mais uma vez, destoar do resto do país ao votar. O crescimento verde pode ser explicado por um vácuo político em um eleitorado de 11,6 milhões de pessoas -o terceiro do país- bem informado e com forte presença evangélica.
Segundo o Datafolha, Marina tem 22% das intenções de voto no Rio -dez pontos percentuais a mais que em julho e nove pontos a mais que sua média nacional, de 13%-, o que representa mais de 2,5 milhões de eleitores.
No mesmo período, Serra perdeu oito pontos - tem 23% -, o que configura empate técnico com a candidata do PV, estando no Rio oito pontos abaixo de sua média nacional. A petista Dilma Rousseff é líder com 45% -quatro a menos que sua média nacional.
Na cidade do Rio, Marina atinge 24% dos votos contra 21% do tucano.
Plínio Fraga
A candidata do PV à Presidência, Marina Silva, ganhou mais de 1 milhão de votos no Estado do Rio de Janeiro em dois meses e empatou com José Serra (PSDB) entre os eleitores fluminenses.
O Rio caminha para, mais uma vez, destoar do resto do país ao votar. O crescimento verde pode ser explicado por um vácuo político em um eleitorado de 11,6 milhões de pessoas -o terceiro do país- bem informado e com forte presença evangélica.
Segundo o Datafolha, Marina tem 22% das intenções de voto no Rio -dez pontos percentuais a mais que em julho e nove pontos a mais que sua média nacional, de 13%-, o que representa mais de 2,5 milhões de eleitores.
No mesmo período, Serra perdeu oito pontos - tem 23% -, o que configura empate técnico com a candidata do PV, estando no Rio oito pontos abaixo de sua média nacional. A petista Dilma Rousseff é líder com 45% -quatro a menos que sua média nacional.
Na cidade do Rio, Marina atinge 24% dos votos contra 21% do tucano.
No Distrito Federal, Marina também está na frente de Serra (26% a 23%), mas nos dois casos estão tecnicamente empatados em razão da margem de erro de dois pontos percentuais.
Fonte:Blog do Noblat
Presidente do STF empata julgamento sobre validade de Ficha Limpa
Último a votar em uma sessão plenária de mais de nove horas de duração, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cezar Peluso, defendeu na madrugada desta sexta-feira (24) que a Lei da Ficha Limpa não possa valer para 2010 nem tampouco punir políticos por atos realizados e consolidados no passado. Com a manifestação do presidente, o placar fica empatado em cinco votos a cinco.
Com o empate, os ministros precisam decidir se haverá o voto de qualidade (minerva) de Cezar Peluso, se negam o recurso com base no Regimento Interno da Suprema Corte - que prevê que "considerar-se-á julgada a questão proclamando-se a solução contrária à pretendida ou à proposta" - ou se esperam a nomeação do décimo primeiro ministro pelo presidente da República. Eros Grau foi aposentado compulsoriamente por ter completado 70 anos, deixando a composição do STF com 10 magistrados.
"O artigo 16 (princípio da anualidade) a meu ver limita o alcance da entrada em vigor da eficácia das leis. Busca Dar estabilidade ao processo eleitoral e garantir que a lei em certas normas não retroaja para não atingir situações consolidadas no passado. Basta que a lei interfira em qualquer fase do processo que está proibida pela Constituição Federal", disse.
O Supremo Tribunal Federal julga desde esta quarta-feira (22) recurso impetrado pela defesa do candidato do PSC ao governo do Distrito Federal, Joaquim Roriz, que teve o registro de sua candidatura barrado por ter renunciado ao mandato que tinha como senador em 2007 para se livrar de um processo de cassação. A abdicação de mandato para paralisar processos de quebra de decoro é uma das novas regras de inelegibilidade incluídas na Lei da Ficha Limpa.
Em seu voto, Cezar Peluso ressaltou que o Supremo não é contra a moralidade da administração pública estabelecida com a Lei da Ficha Limpa, mas disse que não cabe ao STF dar guarida a uma legislação considerada por ele "ao arrepio da Constituição".
"O STF não está lançando nenhum juízo ético ou moral sobre o passado de algum candidato. Não estamos a negar os bons e altos propósitos que ditaram a norma legislativa que redundou na lei complementar 135 Lei da Ficha Limpa. Não me comovem impressões vindas da opinião pública ou da opinião publicada. A mim me parece que um tribunal que atenda a pretensões legítimas da população ao arrepio da Constituição é um tribunal no qual nem o povo pode confiar", disse o presidente.
"Tampouco me parece que é função do Poder Judiciário usurpar o povo de um direito elementar, que é escolher seus governantes. Somos todos favoráveis a moralização dos princípios políticos", afirmou.
Cezar Peluso voltou a defender - como havia feito nesta quarta-feira - a tese de que a Lei da Ficha Limpa poderia ser inconstitucional pelo fato de, segundo ele, não ter cumprido o trâmite correto de votações no Congresso Nacional. "Fico vencido, mas de forma nenhuma convencido", resumiu.
Ele ainda deu razão à defesa de Joaquim Roriz, que observava que a renúncia do então senador em 2007 não poderia produzir efeitos na atualidade. "A punição à renúncia subtrai um direito cívico como consequência de um ato que pode não ser ilícito, mas é um ato juridicamente censurável", salientou o ministro Peluso. "Como sanção de inelegibilidade, ela evidentemente não pode retroagir".
Assinar:
Postagens (Atom)