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terça-feira, 28 de junho de 2011

Doenças como depressão tiram professores de sala

Cerca de 11 mil docentes estão licenciados. Estado não tem programa de prevenção

POR ALESSANDRA HORTO

Rio - Depressão, ansiedade e Síndrome do Pânico são responsáveis por 70% dos afastamentos de professores da rede pública do Estado do Rio. A segunda causa é problema com a voz, que soma 25%. Atualmente, 11 mil docentes estão de licença-médica. Apesar do volume expressivo dessas doenças no quadro de licenciados, não há um programa de prevenção oferecido pelo estado. A única opção é o de Saúde Vocal, criado pela Secretaria de Saúde.

O superintendente da Central de Perícia Médica e Saúde Ocupacional, Eduardo de Oliveira Santos, explicou que as condições de trabalho muitas vezes não são as mais adequadas e podem favorecer o aparecimento dos distúrbios. “As causas são multifatoriais. O salário é reduzido. A escola pode estar inserida em uma área de conflito. Alguns ambientes não são favoráveis e comprometem as condições de trabalho. Essas condições precisam ser, dentro do possível, otimizadas, ser melhoradas. Assim como já houve a colocação de microfones em sala de aula”, afirma.

Eduardo Santos explicou que o limite da licença-médica é de dois anos. Segundo ele, metade dos professores licenciados por transtornos de humor se aposenta por invalidez permanente.
O professor Júlio César Machado, 53 anos, há 15 no estado, está licenciado há um ano. Ele se afastou uma semana depois de ser xingado por um aluno que ele suspendeu, por não querer tirar o pé de cima da mesa e nem mudar de cadeira na sala.

Salas lotadas contribuem para problema

O diretor do Sindicato dos Profissionais de Educação do Rio (Sepe) Tarcísio Carvalho também apontou que as condições de trabalho são responsáveis pelo aumento da depressão entre os docentes. “As salas de aulas estão superlotadas. Existe sobrecarga de trabalho por causa dos baixos salários. Eles (professores) também têm que conviver com situações de violência, dentro das escolas, sem ajuda do estado”, argumentou.

O Dia Online

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