Movimento dos petroleiros parou 11 plataformas e lembrou o acidente que causou 32 mortes
O presidente da estatal admitiu que as plataformas precisam de raparos
Por Fabiano Venancio
As denuncias de má conservação nas plataformas da Petrobras repercutem ainda mais. O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, admitiu nesta terça-feira(17) que há plataformas precisando de reparos na Bacia de Campos. No tocante a segurança, porém, disse não haver risco para os petroleiros que trabalham embarcados. As denuncias do sindicato dos petroleiros(Sindipetro) levaram o Ministério Público do Trabalho(MPT) a abrir um inquérito para investigar os riscos de acidentes. O Sindipetro enviou ao MP um relatório denunciando a má conservação, com vídeos e fotos de tubulações danificadas, evidenciando o comprometimento de partes importantes das plataformas em função de corrosão.
“As plataformas estavam na fase em que esperavam as paradas pré-programadas e realmente estavam feias, com alguns problemas de conservação”, declarou o presidente da estatal que ainda fez questão de dizer que nunca houve descuido em relação a segurança dos petroleiros: “Jamais colocaríamos nossos trabalhadores em risco. Todas as decisões de continuar as operações foram tomadas porque temos certeza de que esses elementos, essas unidades, precisam de mais conservação, mas não ameaçam a integridade física dos nossos trabalhadores”.
As declarações do presidente da estatal agradaram a diretoria do Sindicato dos Petroleiros do Norte-Fluminense (Sindipetro-NF). De acordo com o diretor sindical Marcos Breda, a mudança no discurso da empresa representa um avanço no sentido de que uma série de medidas sejam adotadas para melhorar as condições de trabalho nas plataformas da Bacia de Campos.
“Essa declaração é a primeira dele(Gabrielli) em um caminho diferente daquele que ela vinha fazendo. Ele reconhece que há um problema, apesar de dizer que não há risco. É positivo. Um passo para começar a tomar providências”, enfatizou Breda
Operação padrão em 11 plataformas
A operação padrão realizada nesta segunda-feira foi aderida pelos petroleiros em 11 das 45 plataformas da Bacia de Campos. O movimento recebeu o nome de “Chega de Contar com a Sorte” e marcou os 26 anos do acidente com a plataforma de Enchova, que deixou o saldo de 32 mortes.
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