Por Alexandre Bastos, Jornal Folha da Manhã
A vereadora do Rio, Clarissa Garotinho (PR), candidata a deputada estadual, esteve hoje (6) na Folha da Manhã. Em ritmo de campanha, ela falou sobre escolhas, renúncias, cassação de Rosinha, eleição, ciúmes dos aliados e projetos. Ao ser indagada sobre o seu estilo, a filha do casal Garotinho foi direta. “Escuto os meus pais, mas tenho um estilo próprio”.
Relacionamento com Garotinho — Além de ser pai de Clarissa, o ex-governador Anthony Garotinho também é o presidente estadual do PR. Segundo Clarissa, a relação com o pai e líder político é muito boa. “Ele é o meu líder político. Não posso deixar de escutar alguém que teve uma carreira tão brilhante. Foi deputado, prefeito, governador e teve 15 milhões de votos quando disputou a presidência da República”, disse Clarissa, confessando que nem sempre concorda com o líder. “Na minha campanha para vereadora eu queria uma cor no material de campanha e ele queria outra. Acabou ficando a que eu escolhi. Mas essas coisas acontecem em qualquer família ou partido político”, afirmou a vereadora, que esteve na Folha ao lado dos irmãos e do presidente estadual da Juventude do PR, Thiago Ferrugem.
Estilo passional — Conhecida pelos protestos e discursos fortes, Clarissa se considera uma política passional. “Se luto por algo, me entrego de coração. Não tenho meio termo. Quando vejo alguma injustiça, não sei ficar calada”, frisou, lembrando que de vez em quando precisa se segurar. “As vezes a gente corre o risco de passar do ponto, mas é o tipo do risco que vale a pena”, disse.
Vai votar em Dilma? — Em 2006, quando o ex-governador Anthony Garotinho apoiou o tucano Geraldo Alckmin, Clarissa usou uma camisa com a frase “Fora Lula”. Agora, no PR, que faz parte da bancada de Lula, Clarissa fez mistério quando foi indagada sobre o seu voto na eleição presidencial deste ano. “Voto é secreto”, disse a vereadora, ressaltando que o segundo mandato de Lula foi melhor do que o primeiro. “Quando usei aquela camisa em 2006 o governo tinha uma série de casos de corrupção comprovados. No segundo mandato o presidente Lula corrigiu erros e teve uma postura bem melhor em diversas áreas”, declarou.
Cassação da prefeita Rosinha Garotinho — Clarissa, que recentemente protestou em frente ao TRE contra a decisão que afastou a prefeita Rosinha Garotinho (PMDB), disse que a o afastamento foi absurdo. “Trata-se de uma das maiores injustiças dos últimos tempos. Qualquer pessoa que entenda um pouco sobre Justiça Eleitoral percebe isso. Fica claro que o objetivo era prejudicar a nossa família. Rosinha estava colocando a cidade nos trilhos, com obras e investimentos em várias áreas”, opinou.
Interinidade de Nahim — Alegando que acompanha o governo Nahim apenas pelos sites e jornais, Clarissa disse entender as mudanças feitas pelo tio. “Trata-se de uma pessoa diferente que possui um jeito próprio de agir. Falaram muito sobre a exoneração da Linda Mara. No entanto, não vi nada de anormal nisso. É um cargo que deve ser exercido por uma pessoa bastante ligada ao prefeito. No restante, vejo que ele está dando continuidade ao grande trabalho que Rosinha vinha desenvolvendo na cidade”.
Aliados com ciúmes? — Após Clarissa declarar que seria candidata a deputa estadual, especulou-se nos bastidores que todas as atenções do casal Garotinho estariam voltadas para ela, o que acabaria gerando ciúmes entre aliados. Para Clarissa, não há motivos para isso. “Existe espaço para todo mundo. Desde o início deixei claro que faria a minha campanha ao lado da Juventude e frisei não seria uma candidata que ficaria restrita a um local. Quero ser uma boa deputada para todos os cidadãos do Estado do Rio. Estamos trabalhando juntos para conseguir uma grande bancada do PR na Alerj”, declarou. Segundo Clarissa, o PR espera fazer pelo menos 10 deputados estaduais.
Vida de política — Acompanhando o ambiente político desde “garotinha”, Clarissa explicou que está começando a sentir na pele, desde que assumiu uma cadeira na Câmara do Rio, o que é ter um mandato. “Não é fácil. Sempre acompanhei os meus pais, mas agora estou lá na Câmara atuando. Por discordar de várias coisas e não participar de esquemas, as vezes tentam me excluir, mas continuo lutando e não me intimido. Consegui vitórias, tive algumas decepções, mas faz parte”.
Saída do PMDB e risco de cassação — Em setembro do ano passado, Clarissa deixou o PMDB alegando perseguição política. Na ocasião ela disse que não estava enfrentando a justiça. “A Lei eleitoral garante que em caso de perseguição política a gente pode deixar o partido. E o meu caso está claramente caracterizado como perseguição política!”, diz a vereadora. Em dezembro, Argemiro Pimentel, suplente do PMDB na Câmara do Rio, procurou a Justiça para requisitar a cadeira de Clarissa. “Já imaginava que isso poderia ocorrer. Apesar da promessa de que o PMDB não entraria com uma ação cobrando a cadeira, um suplente poderia fazer isso. Mas a Justiça entende que em casos de perseguição os políticos podem trocar de partido”, declarou.
Propostas — “Vou defender todo o Estado do Rio. Se na Câmara do Rio já lutei pelos royalties, como deputada estadual a luta será ainda maior. Em Campos, seria importante a construção de um Museu do Petróleo. Como não se trata de um cargo executivo, não posso dizer o que vou fazer, já que o meu papel será de fiscalizar e legislar, mas posso garantir que lutarei de forma incansável por um Estado do Rio bem melhor”, afirmou.
http://www.clarissagarotinho.com.br/clarissa-garotinho-tenho-estilo-proprio--58-879
Nenhum comentário:
Postar um comentário