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quarta-feira, 6 de abril de 2011

CPI da CBF: PC do B usa site oficial para atacar Garotinho e defender Ricardo Teixeira



A página oficial na internet do PC do B, em matéria assinada por Márcia Xavier, mais parece site dos advogados de defesa de Ricardo Teixeira, do que um informativo do partido. A reportagem sobre a audiência pública com o ministro dos Esportes, Orlando Silva (PC do B) na Comissão de Turismo e Desporto leva mais tempo me atacando, do que abordando as declarações do ministro à comissão, a começar pelo título tendencioso: “Contrariado Garotinho tumultua audiência com o ministro dos Esportes”.

Ora, não houve nenhum tumulto, apenas o ministro não respondeu às perguntas que fiz. Entre elas, a principal: Se ele acha correto o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, pessoa física, se tornar sócio da entidade no Comitê Organizador Local?

Mas as inverdades não param por aí. Em seguida a jornalista escreve “autor de uma tentativa frustrada de instalação de uma CPI para investigar o presidente da CBF, Ricardo Teixeira(...)”. Quer dizer que o requerimento ainda não foi entregue à Mesa Diretora (estamos colhendo as assinaturas) e já é chamada de “tentativa frustrada”? Essa jornalista está mais para vidente do que para repórter.

Um pouco à frente a jornalista diz que o elogio feito pelo ministro Orlando Silva, à minha gestão como governador “teve um que de ironia, já que Garotinho responde na Justiça por crimes de corrupção na sua administração”. Talvez a jornalista não saiba, mas durante a minha gestão, o PC do B ocupava cargos importantes no governo, inclusive na direção da PRECE (Fundo de Pensão da CEDAE), que foi alvo de investigação na Justiça, mas sempre tive boa impressão dos “comunistas” que ocuparam postos importantes na secretaria de Ciência e Tecnologia, no comando da FAETEC e muitas outras áreas do governo. Quero também lembrar à jornalista que eu nunca fui condenado, sequer em primeira instância, por ação de improbidade administrativa. Aconteceram denúncias do MP, das quais fui excluído das ações pela Justiça, por não haver nada contra mim.

Outra afirmação da matéria do site oficial do PC do B: “o ex-governador também foi condenado pelo TRE, por abuso de poder econômico, mas obteve uma liminar no TSE que o manteve na disputa, foi portanto alvo da Lei da Ficha Limpa”. A jornalista deveria ser mais bem informada e saber que o motivo que levou à decisão do TRE foi uma entrevista de rádio que fiz, em 2008, antes do período eleitoral. O TSE reverteu a decisão porque o TRE – RJ não respeitou o andamento processual correto e julgou a ação sem poder fazê-lo. Nunca estive enquadrado na Lei da Ficha Limpa. Foi perseguição política pura e o povo do Rio de Janeiro percebeu isso e me concedeu uma votação histórica com 694.862 votos, a maior já dada a um deputado federal no nosso estado. Tive 548.602 votos a mais que Jandira Feghali, a deputada melhor posicionada do PC do B.

Continuando os ataques contra mim, como forma de defender Ricardo Teixeira, a jornalista diz que fui “condenado pela Justiça Federal do Rio por crimes de corrupção e lavagem de bens”. Ela não deve conhecer o processo. O próprio MP reconheceu na acusação que faz contra mim, que eu não tirei nenhum proveito pessoal ou benefício financeiro, e que os meus bens são os mesmos de quando entrei na vida pública. A acusação resume-se ao único fato de que segundo o MP eu deveria saber o que Álvaro Lins fazia à frente da Polícia Civil. E tem mais uma coisa, que se a jornalista não sabe vai ficar sabendo agora.

O juiz que deu essa sentença é alvo de representação minha no Conselho Nacional de Justiça por vários motivos.

1º Não poderia ter proferido a sentença porque na época, estava requisitado para substituir uma desembargadora com perda de suas funções, conforme ato do presidente do tribunal, publicado no Diário Oficial.

2º Deveria ter se declarado impedido porque seu irmão, o coronel Aristeu Leonardo estava lotado no gabinete do secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, homem de confiança do governador Sérgio Cabral, de quem sou adversário político. Agora recentemente, o coronel Aristeu Leonardo, irmão do juiz da sentença, para não ter que passar para a reserva foi premiado com um cargo de confiança de R$ 7.000, e assim continuar na ativa.

3º E por último uma bela coincidência: mesmo sem poder, o juiz deu a sentença justamente no dia em que começou a propaganda eleitoral no rádio e na televisão.

Portanto, como podem ver quanto a mim está tudo explicado. O que o PC do B não explica é porque mudou de opinião e agora diz que a CBF é uma entidade privada que não pode ser investigada pelo Congresso? Na época da CPI da Nike / CBF que tinha à frente o deputado Aldo Rebelo (PC do B – SP) o partido pensava de modo exatamente oposto.

Dizer que a renúncia fiscal de R$ 1,1 bilhão que vai beneficiar a CBF e seus parceiros privados foi aprovada pelo Congresso e que, portanto, não cabe uma CPI é querer tirar dos parlamentares a prerrogativa de fiscalizar o dinheiro público.

Quem te viu e quem te vê. É uma pena que o PC do B esteja virando PRT, Partido do Ricardo Teixeira.

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