Garotinho denuncia grampo clandestino para tentar chantageá-lo |
A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados foi palco hoje de um grande debate sobre o comportamento do ex-diretor-geral da Polícia Federal e ex-secretário Nacional de Segurança, Luiz Fernando Corrêa. Como já foi relatado aqui no blog, denunciei na tribuna da Câmara que durante sua gestão Luiz Fernando Corrêa comprou sem licitação mais de R$ 50 milhões da empresa DIGITRO. O dinheiro utilizado era federal e o MPF, em Santa Catarina abriu investigação contra a empresa e contra a própria Polícia Federal por irregularidades na compra desses equipamentos de escuta conhecidos como Sistema Guardião.
Após minha denúncia na tribuna da Câmara dizendo que ia convocar o ex-todo-poderoso Luiz Fernando Corrêa, algumas coisas estranhas aconteceram. A mais grave delas é que tomei ciência por dois policiais federais, que sem autorização judicial, agentes da PF ligados ao ex-diretor estariam grampeando telefones da prefeita de Campos, Rosinha Garotinho e dos secretários de Obras, da Fazenda, de Governo, além do procurador-geral do município e do meu filho Wladimir. Essa notícia me chegou, há 15 dias. Fui então ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso e relatei todo fato. Ele prometeu providências.
Em seguida me dirigi ao vice-presidente da República, Michel Temer e também relatei o fato. Ele disse que levaria a situação à própria presidente Dilma Rousseff. Segundo esses policiais federais me informaram, o objetivo dessas gravações clandestinas promovidas por policiais federais ligados ao senhor Luiz Fernando Corrêa era tentar me chantagear para que o ex-diretor da PF não fosse chamado a depor sobre as irregularidades cometidas por ele e pela empresa DIGITRO.
Hoje, a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados aprovou o requerimento solicitando ao MP dos estados do Paraná e Santa Catarina cópia do inquérito civil movido contra Luiz Fernando e a DIGITRO. Decidiu também convocar para prestar depoimento, o senhor Hugo Cesar Hoeschl, que em depoimento ao MP disse que o diretor da DIGITRO se vangloriava da amizade com Corrêa, que inclusive passou férias em 2005 e 2006, no seu apartamento de Florianópolis. Hoesch disse também que Roberto Prudêncio, diretor da DIGITRO integrou a delegação brasileira (chefiada por Corrêa), que foi à Bélgica e a Israel, em 2006 para conhecer sistemas de informação e segurança. À época a Polícia Federal declarou que o encontro dos dois foi casual.
A DIGITRO faturou só com venda de tecnologia à Polícia Federal R$ 49 milhões. A empresa é presidida por Geraldo Faraco. Na época da denúncia a assessoria de imprensa da PF disse que Corrêa tem uma boa relação com o empresário, fruto de uma convivência profissional de mais de 15 anos. Entre 2002 e 2007, agora com venda de equipamentos de segurança, a DIGITRO faturou do governo federal mais R$ 60 milhões, tudo sem licitação.
Hoje, na tribuna da Câmara dos Deputados pedi providências ao presidente da Casa, deputado Marco Maia sobre a gravíssima denúncia dos grampos clandestinos contra a família de um parlamentar para fins de chantagem. Além das manifestações de solidariedade de deputados de todos os partidos, o presidente da Casa, Marco Maia determinou que a Polícia Legislativa da Câmara dos Deputados, entre nas investigações para interceptar a grampolândia clandestina montada por Corrêa como arma para tentar se defender.
Em meu discurso mandei um recado ao delegado Luiz Fernando. Que a Polícia Federal, uma instituição séria, não seja usada para chantagens a fim de encobrir suas maracutaias
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