O Globo
RIO - O ex-ditador egípcio Hosni Mubarak pode ser condenado à forca por causa da reação do governo aos protestos que culminaram com a sua saída do poder em 11 de fevereiro, disse nesta sexta-feira o jornal "Al-Ahram". O diário atribuiu a informação a Zakaria Shalash, presidente da Corte de Apelações do Cairo. Centenas de manifestantes morreram em semanas de protestos antigoverno no país. Mubarak pode ser condenado à execução ser for provado que ele provocou a morte dos opositores de forma premeditada.
- Se for provado, ele receberá a mesma punição da pessoa que conduziu aquilo e ser executado se ficar provado que os manifestantes pacíficos foram mortos premeditadamente - afirmou Shalash.
A pena pode ser estendida a Habib al-Adly, ministro do Interior de Mubarak à época da repressão, que já está preso sob acusação de ter ordenado a matança de manifestantes, principalmente na Praça Tahrir, no Cairo.
A imprensa estatal noticiou nesta sexta-feira que Mubarak, que está sob ordem de detenção e investigação acerca dos acontecimentos durante a revolta popular, será transferido de um hospital no balneário em Sharm El-Sheikh, às margens do Mar Vermelho, para uma unidade médica no Cairo. O antigo líder também é investigado sobre alegações de corrupção e malversação de fundos públicos.
Dois filhos do ex-ditador também estão detidos. Gamal e Alaa vão comparecer diante de um juiz da repórter na próxima terça-feira para uma audiência, após a prisão determinada pelo Ministério Público.
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