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quinta-feira, 2 de julho de 2009

MANDADOS DE BUSCA E APREENSÃO EM CAMPOS-RJ


Política e polícia mais uma vez juntas em Campos
Foto Ururau
Paulo Cassiano Júnior concedeu coletiva na sede da PF

Cinco mandados de busca e apreensão expedidos pela 98ª Zona Eleitoral de Campos, nesta quinta-feira (02/06) fez a política da cidade efervescer. O vereador Marcos Bacellar (PTdoB) foi surpreendido pela manhã, às 9h, com a chegada de uma equipe da Polícia Federal (PF) que cumpria um dos mandados, diante de uma representação assinada por quatro promotores de Justiça e que o juiz Ralph Manhães entendeu pertinentes as alegações apresentadas.

A Polícia Federal entrou na operação como Polícia Judiciária em matéria eleitoral. Da casa do vereador foram levados computadores, documentos e R$ 20 mil em espécie, valor parcial dos R$ 50 mil que afirmou ter pego de empréstimo na Caixa Econômica Federal esta semana.

Os promotores que entraram com a representação foram Victor Queiroz, José Luis Pimentel Batista, Anik Rebello Assed Machado e Alessandra Neves Batista.

Os outros quatro lugares onde foram realizadas os mandados foram na STIEENNF (antigo sindicato da Cerj, onde Bacellar foi presidente durante 22 anos); na sede do PTdoB, na Rua João Maria, onde nem mesmo a mobília foi encontrada. Duas residências também foram vistoriadas, uma no Jardim das Acácias e outra no Centro, sendo que os nomes dos proprietários não foram revelados.

O Juiz Ralph Manhães chegou a ser citado em uma série de denúncias apresentadas por Bacellar, em entrevista coletiva em sua casa, logo após a PF ter deixado o local. De forma resumida e sem abrir a discussão, o juiz se limitou a dizer que está cumprindo a lei. “O pedido foi feito pelos promotores do Ministério Público, com o objetivo de se buscar possíveis provas”, declarou.

DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL EM COLETIVA
Em coletiva realizada na sede da Delegacia da Polícia Federal, o delegado Paulo Cassiano Júnior declarou inicialmente que não acreditava em ligação com compra de votos, deixando portanto entendido que pode haver ligação com as irregularidades e desvios de verbas da CamposLuz. Um dos principais indícios citados foi o fato de a empresa responsável pela iluminação pública na cidade, ter sido presidida por Sivaldo Abílio, também presidente do PTdoB, e que está preso na Casa de Custódia, o mesmo caso de Itanaley Falcão, que era diretor-financeiro da empresa e também do partido.

“Não tenho nenhuma informação com respeito a isso. O Ministério Público Eleitoral elaborou uma representação solicitando as buscas e nós nos limitamos a cumprir. A Polícia Federal não instaurou inquérito policial ainda e aguarda o ofício de requisição do Ministério Público para começar daí uma investigação. A partir deste momento tomará conhecimento do inteiro teor das peças de informação que subsidiaram a representação e decisão do juiz, e só assim formar opinião sobre o que aconteceu”, declarou o delegado Paulo Cassiano Júnior, que afirmou ainda que a representação do Ministério Público Eleitoral fazia diversas referências e fatos, ao qual ainda não tinha conhecimento formal.

Sobre a possível relação com a Operação Alta Tensão, desencadeada diante das denúncias de irregularidades e desvios de verbas na administração da CamposLuz, na gestão do ex-prefeito Alexandre Mocaiber, e que causaram a prisão entre outros de Silvaldo Abílio, o delegado declarou que as investigação que irão apontar.

“A Polícia Federal não pode afirmar se há relação com a diligência realizada hoje com qualquer outra sem receber os documentos. O que posso dizer é que cumprimos uma busca na sede do PTdoB que era presidido pelo ex-presidente da CamposLuz, Sivaldo Abílio, e a sede do partido seria um local onde supostamente haveria documentos para interesse da investigação, onde nada foi encontrado. Como disse não creio em compra de votos, pelo que vi não tem relação com compra de votos. É matéria eleitoral, alguma coisa que passa pela CamposLuz, através de desvio com participação de empresas. Mas tudo isso será objeto de investigação da Polícia Federal que terá um enfoque estritamente eleitoral”, disse o delegado.

Neste momento voltou-se a ser cogitada a possibilidade de o suposto desvio de verbas da CamposLuz ter sido usado para compra de votos. “Pode ter sido para qualquer coisa para beneficiar o partido e pode ter sido para fazer santinho e não para compra de votos. Quando nós fazemos, termina com a busca e apreensão, como não fomos nós que fizemos, terminou com a busca. Se o ofício de requisição do inquérito já houvesse sido encaminhado e nós já tivéssemos instaurados o procedimento, hoje eu teria uma conclusão da investigação para passar, mas começou pelo fim”, afirmou Paulo Cassiano Júnior.

Com o recebimento do ofício requisitório de instauração do inquérito policiai, será instaurado a investigação que terá o delegado Renato Zacche. Ao todo a Polícia Federal recolheu sete computadores, dois notebook`s, R$ 20 mil em espécie e uma farta documentação, que está em posse da PF para as investigações.

Sobre a Polícia Civil, Paulo Cassiano Júnior frisou que não houve nenhuma participação na operação desta quinta-feira.


DELEGADO DA CIVIL NÃO SE ESTENDE NO CASO
O delegado Luis Maurício Armond recebeu a equipe do URURAU na delegacia e em breves colocações afirmou que não irá se pronunciar com a imprensa a respeito das denúncias proferidas pelo vereador Marcos Bacellar contra membros que atuam na cidade. Além de não ter conhecimento até então do que havia sido dito pelo vereador, Armond declarou que depois de tomar conhecimento iria tomar as medidas cabíveis sem entrar em discussões.

“Não vou me pronunciar para mídia, pois isso como atividade política, além de não ter tomado conhecimento ainda do que foi dito pelo vereador, pessoa que nem conheço pessoalmente e não tenho nada contra, muito pelo contrário. Ele deveria é falar sobre os fatos que estão sobre ele sendo imputados. Não faço a menor idéia de qual seja a sua intenção, mas vamos tomar todas as medidas cabíveis”, declarou Armond.

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