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sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Novos ventos: Segundo Roberto Jefferson

Após se transformar na quarta bancada do Senado, de ter conquistado mais governos estaduais do que PT e PMDB, e de eleger uma boa bancada na Câmara, o PSB já sonha com vôos mais altos. Em uma ponta, espera da futura presidente, Dilma Roussef, a oferta de ministérios mais qualificados e de orçamento generoso. De outra, tenta construir pontes com o PSDB, ao sugerir o nome de Aécio Neves para presidir o Senado. Na impossibilidade de o PT cumprir este papel, o PSB pode se tornar o fiador de um diálogo construtivo com a oposição, em prol da aprovação de projetos importantes no Congresso. É uma atitude que engrandece a democracia.


Janela de oportunidades


Tirando a pauta negativa da CPMF, o PSB saiu bem, e na frente, no cenário nacional, deixando claro que não veio para brincar. Se for aberta a janela da fidelidade, que permite a troca de partido sem que as penas do instituto da fidelidade partidária atinjam os partidos, o PSB vai crescer muito.

A história se repete?


Em 2001, o partido com a maior bancada na Câmara era o PFL (hoje DEM), que lançou o nome de Inocêncio Oliveira para presidir a Casa. Vários partidos se colocaram contra o nome de Inocêncio, e lançaram candidatos avulsos por falta de diálogo entre as bancadas. Neste ambiente, surgiu de forma independente a candidatura de Aécio Neves, até mesmo contra a vontade do Palácio do Planalto (na época, ocupado por FHC). E Aécio acabou vencendo. Dez anos depois, a situação pode se repetir, desta vez no Senado. PMDB e PT não estão se entendendo na negociação para as presidências da Câmara e Senado. Diante da fratura exposta nas relações entre os dois aliados, a sugestão do PSB em relação ao nome de Aécio pode fazer o raio cair pela segunda vez, só que em lugar diferente.

Tem quem queira


Em entrevista à "Folha de S.Paulo", o senador eleito Aécio Neves anunciou que seu "destino é no PSDB". Mas, antes disso, defendeu a refundação do partido, a fim de recuperar a identidade. Para tanto, anunciou a proposta de que um "grupo de três notáveis" - FH, José Serra e Tasso Jereissati - refaça e atualize o programa partidário. Mas uma coisa é certa, se eles não quiserem, tem quem queira Aécio, é só perguntar ao PMDB... e aos demais partidos.

Blog do Roberto Jefferson

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