O governo golpista de Honduras violou o Acordo de Viena, pelo qual os países signatários não podem impor qualquer tipo de restrição ao funcionamento das representações diplomáticas de outras nacões. O corte de energia, de comunicações e de abastecimento de água na embaixada brasileira em Tegucigalpa é uma clara afronta a esta resolução. Na manhã desta quarta-feira, soldados com armas automáticas se aproximaram novamente dos muros e fecharam o cerco. Ao discursar hoje na Assembléia-Geral da ONU, Lula exigiu a volta imediata de Zelaya ao poder.
No prédio estariam cerca de 300 pessoas, entre elas o presidente deposto, Manoel Zelaya. Já começa a faltar comida e ontem uma delegação da ONU conseguiu introduzir na casa alguns refrigerantes e sanduíches.
Zelaya continua a dizer em entrevistas que está em marcha um plano para invadir o local e assassiná-lo, embora o presidente imposto, Roberto Micheletti, tenha garantido que não haverá uma operação militar na casa. Michelleti, porém, é dúbio e lembra que um derramamento de sangue vai ser de responsabilidade do Brasil. Zelaya garante que os golpistas dispõem de médicos que atestariam seu suicídio.
Em Nova Iorque, onde pediu a convocação de uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, as autoridades brasileiras vem mantendo intensas negociações em busca de uma saída negociada, mas com uma advertência: não haverá tolerância se a embaixada for tomada pelos militares.
Ao contrário dos jornais brasileiros, que tratam a questão de uma forma crítica, achando que o Brasil se meteu numa embrulhada internacional, o respeitadíssimo El Pais, da Espanha diz que o episódio reafirma uma liderança política brasileira na América Latina (leia aqui, em espanhol)
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