Do jornal Extra!
O GloboSÃO PAULO - Em nove dias, o número de mortes por gripe suína dobrou no Brasil. Até o dia 31 de julho, eram 96 óbitos confirmados pelo Ministério da Saúde. Nesta terça-feira, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, informou no plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília, que as mortes chegam a 192 até o dia 9 de agosto. O número é menor do que as cerca de 220 mortes já anunciadas pelas secretarias estaduais e municipais de saúde, porque há defasagem entre as informações processadas pelo Ministério e a divulgação das secretarias.
O ministro recebeu críticas durante sua exposição na Câmara por ter gastado apenas R$ 11 milhões dos R$ 102 milhões ndestinados ao combate à doença.
Dos 192 óbitos, segundo o ministro, 28 foram de gestantes, o que significa 14,5% do total. No mesmo período, 107 grávidas teriam contraído a nova gripe e foram curadas. Entre as gestantes que morreram, acrescentou, 30% tinham algum fator de risco adicional, como hipertensão arterial. A Organização Mundial de Saúde (OMS) informou que são 177.457 da nova gripe no mundo, com 1.462 mortes. Na avaliação da OMS, a gripe parece ter passado o auge no Hemisfério Sul e a pandemia começa a se espalhar na Ásia, em países como Índia, Tailândia e Vietnã.
De acordo com o Ministério da Saúde, 40% delas ocorreram no estado de São Paulo, seguido por Rio Grande do Sul (23%), Paraná (22%) e Rio de Janeiro (12,5%).
Temporão afirmou que 77% dos casos de gripe no país são provocados pelo vírus H1N1. O percentual, explicou, foi calculado com base nos pacientes com síndrome respiratória aguda grave atendidos em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS).
Leia também: Rio Grande do Sul registra mais seis mortes . Houve também uma morte no Paraná, uma em São Paulo e mais duas no Rio de Janeiro.
- Temos dois vírus circulando, o sazonal e o H1N1. A impressão é que há uma competição entre os dois vírus - disse o ministro.
De acordo com Temporão, 43% dos pacientes que desenvolveram a síndrome respiratória aguda grave tinham pelo menos um dos fatores de risco apontados para a nova gripe. O grupo de risco é formado por gestantes, cardiopatas, imunodeprimidos, crianças menores de 2 anos de idade e pessoas com doenças respiratórias. Na gripe comum, ressaltou, o fator de risco é observado em 39% dos pacientes com complicações.
O ministro negou que possa faltar o medicamento Tamiflu para o tratamento da gripe suína e anunciou a entrega este mês de 800 mil kits de tratamento da doença para estados e municípios. Segundo ele, foram distribuídos 392 mil tratamentos para adultos e 23.051 para crianças (10.281 tratamentos prontos (suspensçai) e 12.770 matérias-primas para diluição. No mesmo período, acentuou, foram notificados 28 mil casos, o que mostra que não há falta.
- Distribuímos inúmeras vezes a mais o número de casos registrados. Isso mostra que a quantidade atende com folga a demanda - disse.
Nesta segunda-feira, os governos de São Paulo e Rio Grande do Sul confirmaram a volta às aulas na próxima segunda-feira, dia 17, nas escolas das redes estaduais. Em São Paulo, cada escola vai ficar responsável por repor os dias de aulas, mantendo os 200 dias letivos previstos na Lei de Diretrizes e Bases. Professoras grávidas também não terão contato com os alunos nas escolas paulistas - mesma medida adotada na rede de saúde.
Em São Paulo, uma decisão do Conselho de educação do estadoabre brecha para que as escolas não cumpram os 200 dias de aula,o que pode beneficiar a rede de escolas privadas.
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