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domingo, 7 de agosto de 2011

PR "libera" Garotinho para criticar governo Dilma, diz Estadão


Da edição de hoje Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - A independência bradada pelo PR em relação ao governo Dilma Rousseff deve permitir aos filiados uma postura mais populista em alguns temas sem perder as benesses do poder. Com muitos quadros vítimas da faxina no Ministério dos Transportes, a legenda promete abandonar o alinhamento automático ao Planalto, mas ficar a uma distância suficiente para manter cargos e outros benefícios de ser governo.
Na terça-feira, parlamentares do PR terão um jantar em Brasília para acertar como será a atuação no Congresso a partir de agora.
Ao anunciar a saída do PR do bloco comandado pelo PT no Senado, o líder Magno Malta já deu o tom da nova postura. "Quando você é do bloco, vota tudo o que vem do governo, mesmo fazendo beicinho ou achando ruim. Agora não vai ser mais assim", disse. Os movimentos feitos pelas lideranças tentam criar um discurso de que o apoio a Dilma não é sob qualquer circunstância.
Deputados e senadores do PR terão a partir de agora mais liberdade para tomar posições favoráveis a temas contrários ao Planalto. O líder Lincoln Portela, por exemplo, promete até subir em carro de som na próxima semana durante manifestação de policiais e bombeiros em defesa da chamada PEC 300, proposta que estabelece um piso salarial nacional para a categoria. O governo é contra porque teria de ajudar os Estados a pagar a conta.
O PR "independente" também não pretende mais segurar seus radicais. O ex-governador e deputado federal Anthony Garotinho (RJ), por exemplo, não será mais censurado quando atacar o PT o governo. Durante a crise que derrubou Antonio Palocci da Casa Civil, Garotinho causou constrangimentos ao partido ao vincular todas as suas demandas a ameaças de apoiar investigações contra o ex-ministro.
Cargos. Ao mesmo tempo em que promete uma atuação mais distante da cartilha de Dilma, o partido não quer receber o carimbo de oposição. Os parlamentares querem continuar a ter trânsito nos ministérios na condição de aliados e acreditam que esta posição ajuda também na liberação de emendas parlamentares, instrumento importante para a manutenção de bases eleitorais.

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