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quarta-feira, 17 de agosto de 2011

PR deixa base aliada no Congresso e esvazia cargos

Brasília, 16 ago (EFE).- O Partido da República (PR), um dos 11 da base governista que está marcado por recentes denúncias de corrupção, deixou nesta terça-feira a coalizão que apoia a presidente Dilma Rousseff para adotar uma posição "independente".

O PR, que conta com seis dos 81 senadores e 40 dos 513 deputados, "sai da base aliada sem nenhum rancor" e a partir de agora terá com relação ao Governo de Dilma uma posição de "apoio crítico", disse o deputado Lincoln Portela, chefe do grupo dessa formação na Câmara dos Deputados.

O deputado Alfredo Nascimento, presidente do PR e cassado há um mês do cargo de ministro dos Transportes por seus supostos vínculos com diversas fraudes, assegurou que "todos os cargos" que dirigentes desse partido ocupam no Governo estão "à disposição" da chefe de Estado.

As denúncias de sérias irregularidades na pasta de Transportes, assim como à destituição de Nascimento, causaram o afastamento de quatro diretores que também pertencem ao PR.

Nascimento esclareceu que, apesar da decisão do partido, os filiados ao PR têm plena liberdade para decidir se vão permanecer nos cargos que ocupam no Executivo, à margem do que será a posição institucional do partido contra o Governo.

Essa decisão foi interpretada nos meios políticos como uma mensagem a seu correligionário e sucessor no Ministério de Transportes, Paulo Sérgio Passos, que afirmou nesta terça que continuará como titular da pasta, mesmo se seu partido abrir uma coalizão governista.

Segundo Nascimento, que aparentemente se referia a sua situação pessoal e à falta de apoio político para se manter à frente do Ministério de Transportes, "o PR não pode ser tratado como um aliado de pouca categoria".

O presidente do PR também sustentou que essa formação decidirá sua postura sem se importar com o que o Governo recomenda nas votações realizadas no Congresso a partir de agora.

Para o senador Romero Jucá, líder governista, a decisão do PR deve ser "respeitada", mas descartou que represente maiores problemas para o Governo, que continua contando com uma grande maioria em ambas as Câmaras.

Jucá também considerou que, dada à empatia que existe entre a base aliada remanescente e o PR, essa formação apoiará o Governo sempre que necessário.

Em relação à posição do ministro Passos na pasta de Transportes, o senador Humberto Costa, porta-voz do PT no Senado, assegurou que "conta com toda a confiança da presidente" Dilma, por isso que descartou a possibilidade de ser substituído.

Em seus primeiros sete meses no poder, além de ter pedido a renúncia a Nascimento em Transportes, Dilma também perdeu o então ex-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, por suspeitas de enriquecimento ilícito.

Durante os últimos dias, outras denúncias tocaram diretamente o titular de Agricultura, Wagner Rossi, que hoje recebeu um firme respaldo da presidente, que declarou aos jornalistas que "todos os ministros" contam com seu apoio.


UOL

Embora tenha saído da base, o ex-ministro afirmou que o partido não adotará postura contra o governo no Congresso.
 
“Não fazemos política cultivando ressentimentos, mas também não abrimos mão da construção e manutenção de relações de confiança, respeito e lealdade junto àqueles a quem emprestamos o nosso apoio”. Antes do anúncio, Nascimento foi pressionado por correligionários para desistir de anunciar a saída da base. Um dos mais contrariados era o senador Magno Malta (PR-ES). ,

“Não sou criança para ficar mudando de posição. Eu sou da base do governo. Já saímos do bloco de apoio do governo no Senado, não sou criança para anunciar outra coisa agora”, afirmou Malta, antes do pronunciamento de Nascimento. Aliado do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o PR possui seis senadores e 42 deputados na atual legislatura.
 

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