Diário britânico diz que protestos no Brasil repercutem sentimento de que as pessoas não querem 'extravagância' de gastos com eventos esportivos.
Uma análise publicada nesta sexta-feira (21) no jornal britânico 'Guardian' elogia os protestos no Brasil, afirmando que os brasileiros estão dizendo o que os britânicos não tiveram coragem de dizer no ano passado, durante a realização das Olimpíadas em Londres.
O texto, assinado por Simon Jenkins, diz que os protestos brasileiros, que têm como um dos alvos os altos gastos com Copa do Mundo e as Olimpíadas no país, são autênticos ao repercutir o sentimento de que as pessoas não querem esse tipo de 'extravagância'.
'A extravagância de 9 bilhões de libras (Olimpíadas em Londres) não era necessária para abrigar um show internacional de atletismo. O Rio de Janeiro não somente tem uma extravagância, mas duas'.
'Então parabéns aos brasileiros por terem dito o que os britânicos ano passado não tiveram coragem de dizer: basta', diz o artigo, acrescentando que a Copa do Mundo e as Olimpíadas são eventos televisivos que poderiam ser realizados com menos gastos.
'Dilúvio de promessas'
'Todo mundo sabe que o 'dilúvio de promessas' que as nações sede recebem sobre legado é uma bobagem', diz o 'Guardian'.
'Todo mundo sabe que o 'dilúvio de promessas' que as nações sede recebem sobre legado é uma bobagem', diz o 'Guardian'.
O artigo também critica a realização de outros eventos que envolvem grandes somas de dinheiro, como o G8 e o G20.
'O G8 esta semana na Irlanda do Norte foi inútil', diz o artigo. 'Uma noite e dois dias em um lago irlandês sombrio custou 60 milhões de libras ao contribuinte e o recrutamento de mil policiais por delegação. Eles não poderiam ter usado Skype?', indaga o autor.
O texto qualifica a realização do G20, em 2012, como um 'carnaval obcecado por segurança'.
'A reunião de 2012 em Toronto gastou, em dois dias, US$ 1 bilhão em segurança. Não fez nada pelos pobres e devastou a economia local por um ano', diz.
O autor critica o fato de que o avanço da tecnologia nos últimos anos não ter sido suficiente para substituir a necessidade por eventos presenciais, alimentados pelo desejo dos líderes mundiais de receberem seus colegas, numa demonstração de poder.
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